Prólogo
Bom dia, boa tarde, boa noite a quem é de bem e acessa este blog para buscar informações sobre o mundo literário e artístico. Bom tudo principalmente para quem não embarcou na onda de xenofobismo que está varrendo o Estado, com parlamentares, integrantes dos governos municipal e estadual e deformadores de opinião alegando que a culpa de todos os males que Roraima vive é dos migrantes venezuelanos.
A vontade de jogar no outro a conta pelo que nos incomoda é um dos traços do roraimense: é assim desde que os primeiros invasores de terras, a serviço do império português, bateram as botas nesta região: a culpa do atraso é dos indígenas, os males são trazidos pelos nordestinos, os sulistas só querem aproveitar-se, o nortista só vem para roubar… O senso comum encontra fácil os seus alvos e poupa a turma de pensar um pouco mais sobre os impactos da falta de planejamento econômico e social, a macropolítica nacional e a corrupção em diversas esferas governamentais, entre outras questões. Tudo isso porque é mais fácil odiar do que pensar.
Edgar Borges
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MESMICE
Sobre isso do poder do senso comum, aplicável a uma imensidão de situações cotidianas, daquelas em que a gente pensa 9879898759823 vezes se vale a pena ou debater, fica aí para ajudar na reflexão uma charge que achei muito bacana do cartunista Benett. Todo dia ele publica em seu perfil no twitter.
Vamos conferir os textos ganhadores do II Concurso Literário Internacional Palavradeiros, cuja premiação foi realizada na última sexta-feira (26/01). O regulamento da próxima edição tem lançamento previsto para os próximos meses. O e-book com todas as obras pode ser conferido clicando aqui.
Na categoria Conto, o ganhador foi o autor Don. Cada prosa deveria ser inspirada em um poema de escritores nascidos ou moradores de Roraima. Don escolheu um da poeta Zanny Adairalba, cuja obra está na sequência.
Dançarina
Don, primeiro lugar na categoria Conto (Foto: Divulgação) |
Tudo o que ele tentava era retê-la em si. Pouco importava se a trupe agradava ao resto da plateia. O som, as roupas dela, o momento, suas vestes, o movimento, seus trajes, o frenesi, o enlevo. O princípio e o fim. O Alfa e o Ômega. O que era mais belo, a dança ou a Dançarina?
Flautas, adufes, tambores, tamborins, palmas e vozes. Um uníssono. Uma unanimidade. Um em todos. Um!
O que ela imaginava? Ah, o que ela imaginava? Somente ela sabia. Talvez mais ninguém. Porém, o garimpeiro dançava junto. Um amálgama de almas dançando juntas! Em pensamento, ele era livre como ela! Ele estava ganhando o céu, para ganhá-la. A melhor pepita, a melhor gema, a melhor mulher.
O balançar dos cabelos, o cheiro, o riso moleque, o nunca se cansar. Tudo era estudo. Milimetricamente cronometrado. Isto porque o espaço dos milímetros se libertavam dos segundos do tempo. Não havia mais tempo-espaço. Agora eram só os dois.
Um dia, uma hora, um momento aquele delírio teria fim? Sim, claro que não! Diferente das festas dos colegas do garimpo, aquela era a selva que ele se embrenharia o restante da sua vida. Aquela embriaguez ele não trocaria por nada que estivesse em qualquer lugar abaixo do céu.
Mas desde que a terra gira, o mundo é mundo. E o pé, que pisa o chão, tem que aqui estar. A dançarina possui todos os elementos no seu ser, pois ela é uma metáfora que entrou aqui não por acaso: ela é a própria Divindade! E o garimpeiro, o pobre, mas feliz sonhador, este é o que agora cessa de escrever para dançar mais um pouquinho...
....
A seguir, o poema que inspirou o conto acima:
Dança, de Zanny Adairalba
Tento te buscar entre os meus versos
Tua forma
Teus gestos
O teu cheiro.
Tua serenidade diplomática...
Por vezes,
Teu riso moleque,
(teu cheiro)
o balançar dos cabelos
Tento te alcançar para te rever
Para te reter
Em mim.
Tento te buscar
(Tento te buscar)
E por fim te alcanço.
Tento te servir
― Ai que não me cansa...
O me imaginar
O te imaginar
E nos colocar
Numa mesma dança
E AGORA, POESIA
A primeira colocada foi na categoria Poesia do Concurso Lavradeiros, exclusiva para estudantes de ensino fundamental e médio de Roraima, foi Duda Azevedo, aluna da Escola Ayrton Senna da Silva, de Boa Vista (RR). Confira a obra:
Bailarino
Duda Azevedo, primeira colocada na categoria Poesia (Foto: Divulgação) |
Cada movimento é uma arte
Sua alma completamente nua
A entrega faz parte.
Seus sentimentos expostos
Como ninguém jamais viu
Sua emoção alarmante
Como ninguém jamais sentiu.
A música vai se elevando
Enquanto aumenta a paixão
Cada toque é um toque
Em seu coração.
Ele traduz a música com o seu corpo
Ele conta uma história sem dizer nada
Ele sabe o quanto exige esforço
Mas tem em si uma vontade nata.
Há quem diga que é um sonho
Outros dizem que é ilusão
A verdade é que o bailarino
Tem a chave da emoção.
CINEMA EM CUBA
Quer tentar ir pra Cuba fazer uma especialização em cinema? Então veja aí que estão abertas até 2 de março as inscrições para o processo seletivo 2018 / 2021 da Escuela Internacional de Cine y TV, em San Antonio de los Baños. As provas serão aplicadas nos dias 16 e 17 de março, em Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Belém (PA)e Brasília (DF) e Fortaleza (CE). O curso tem duração de 3 anos, com início previsto para setembro de 2018. Diferentemente de outras edições, o Ministério da Cultura não oferece mais o subsídio para as matrículas dos alunos brasileiros. As vagas são para Direção, Produção, Roteiro, Fotografia, Som, Documentário, Edição e TV e Novas Mídias. Mais informações: www.eictvbrasil.blogspot.com.
PROTAGONISMO
A coach e palestrante Débora Teixeira lançou no dia 19 de janeiro, no Gressb, o livro “Para onde foi seu sonho?”, uma coletânea com 20 autores abordando a superação e realização de seus desejos. Débora escreveu o capítulo 16, com o título “Seja o protagonista”, enfatizando que “o primordial para que o sonho vire realidade é se colocar como o ator principal na peça da vida chamada sonho. Ninguém deve ter maior vontade de realizar do que nós mesmos.”
O livro pode ser adquirido pelo e-mail coach.debora30@gmail.com, telefone 95- 98111- 6126 ou no site da Livraria da Travessa.
NOSSA TERRA
Em dezembro do ano passado, o professor de Letras Devair Fiorotti lançou seu terceiro livro de poemas,intitulado “Urihi – nossa terra, nossa floresta”. São cerca de 40 textos escritos a partir da ótica de um membro da etnia Yanomami que foi sequestrado de sua tribo ainda criança e criado por um garimpeiro. A obra tem ilustrações do artista plástico Jaider Esbell, da etnia Macuxi. Interessados podem adquirir a obra via mensagem no WPP: (95) 99119-6803. Confiram algumas páginas a seguir:
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